Nota: Crítica publicada na Red Carpet de Agosto de 2008. Nos últimos anos temos sido presenciados com excelentes filmes de animação. A “competição” entre Dreamworks (produtora deste filme) e Pixar faz com que cada uma destas empresas tente superar a outra, o que é excelente para o espectador pois tem oportunidade de ver as suas obras a melhorarem de ano para ano. Os filmes da Pixar são, geralmente, melhores em termos técnicos e de argumento, mas mesmo assim a Dreamworks consegue sempre oferecer-nos obras bastante divertidas.
Po (Jack Black) é um panda, gordo e desastrado, que tem um sonho: ser um mestre nas artes marciais e um herói. Mas a sua realidade é bastante diferente do que ambiciona, é um mero criado do seu pai num restaurante de massas. Perto da sua casa, no cimo de uma montanha, existe um templo de artes marciais onde habita o mestre Shifu (Dustin Hoffman) e os seus cinco alunos: Tigresa (Angelina Jolie), Macaco (Jacke Chan), Víbora (Lucy Liu), Grou (David Cross) e Louva-a-Deus (Seth Rogen). Quando surge a suspeita da possível fuga da prisão de Tai Lung (Ian McShane), inimigo do Vale da Paz, terá que ser escolhido um guerreiro dragão para combatê-lo. Por obra do acaso, e da trapalhice de Po, é o panda que acaba por ser escolhido para ser o próximo guerreiro dragão.
O Panda do Kung Fu tem uma premissa bastante simples e usual. A típica história de uma personagem que apesar de tudo indicar que não tem capacidade para chegar longe, consegue superar-se e atingir o seu objectivo. Mas se esquecermos que já vimos esta história contada no cinema vezes sem conta e nos mentalizarmos que estamos a ver um filme de animação que tem como único objectivo divertir-nos durante uma hora e meia, então talvez consigamos tirar algum proveito desta experiência.
Uma das mais valias que este filme poderia ter usado melhor foi o excelente elenco que tem. Com bastantes estrelas a desempenhar as personagens principais, este filme poderia ter aproveitado para distribuir melhor o tempo entre personagens. É verdade que o panda é o principal e merece ter destaque, mas acho que foi um desperdício personagens como a Tigresa e o Macaco quase não terem falado e terem tão poucas cenas de combate ao longo do filme.
Hans Zimmer é o autor da banda sonora e fez um óptimo trabalho. Certamente a sua experiência em filmes de animação como O Rei Leão e O Príncipe do Egipto e num filme que também tem origem oriental (O Último Samurai) ajudaram-no a criar o ambiente certo para as músicas.
Como já disse anteriormente, este é um filme bastante divertido e é essa a sua principal arma. Só o simples facto de imaginar um panda gordo como personagem principal que acaba por se tornar um expert em artes marciais é algo caricato e hilariante. Depois a própria animação com momentos em que usa câmaras lentas e freeze frames acentuam a parte cómica de certas situações. Assim, apesar de não nos trazer nada de inovador, este é um filme bom para ver em família, sendo impossível assistir sem nos rirmos algumas vezes.